quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ainda bem que essa merda não tem meu nome

Hoje é dia de se escrever. Mas não linhas por fazer. Linhas pra se odiar. 

Faz um punhado de sonhos que tenho odiado por vivenciar. Puta fuleragem irônica do subconsciente, quando você nunca lembra desses sacanas filmes que rolam enquanto se dorme. Mas fodido de verdade é quando as cenas embarcam na roda gigante da memória. E pior quando são pesadelos baseados em fatos reais na versão do diretor sem cortes. Tu se emputece de ter desperdiçado cada gota de irrealidade gratuita com aquelas cenas de pura escatologia cotidiana. 

Já pararam para reparar que o atraso da vida das pessoas vem montado no lombo de gente de foda meia-sola? Se não fosse o respeito a patroa – a que me faz sorrir do vera – daria o jeito que o marido maricas não dá. Na verdade, não. Não dá para culpar o coitado diabo de não se entransar com este problema humano. 

Em algumas horas me emputeço por não ser um daqueles bastardos sortudos com dinheiro para abafar o fogo do inferno. Daria nomes aos bois, nesse desabafo. O problema é a certeza que algum advogado beberia meu sangue numa xícara de 1,99. Sinal de tempos de merda: não se dá um murro no queixo e fica nisso, é preciso processar. Não vou dar mais essa raiva pra minha velha. 

Ainda. 

Aqui sim, ei de concordar: ainda bem que essa merda não tem o teu nome.

Hai kai da rotina que inveja a literatura

Não sei pra onde vai 

Só sei que, quiçá, um dia terei 

A vida simples como um haikai